quinta-feira, 25 de novembro de 2010

DIRETO DE BRASILIA

Ministro se irrita com situação da BR 156

Brasília, 24/11/2010 – “Alex, aperta isso, por gentileza. Vai conversar com o secretário. Manda um servidor do DNIT para o Amapá”. A afirmação gentil, mas dura, revelava o descontentamento do ministro dos Transportes Paulo Sérgio Oliveira Passos com a situação da BR 156 no Amapá. Foi dita durante a audiência ao governador eleito Camilo Capiberibe e ao deputado federal Sebastião Bala Rocha (PDT) nesta quarta, 24. O ministro estava ao telefone com o Coordenador Geral de Manutenção e Restauração Rodoviária do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT Alex Peres Mendes Ferreira. Acabara de confirmar com os técnicos do Ministério que os recursos colocados à disposição do Governo do Estado do Amapá para obras de recuperação da BR 156 não estavam sendo executados. A mesma informação que deixara insatisfeito, terça, 23, o diretor geral do DNIT Luiz Antônio Pagot, para quem “as estradas no Amapá não estão bem e isso repercute [mal] até na imagem do DNIT”.
As obras de recuperação de 409 quilômetros da BR 156 foram delegadas ao Governo do Amapá, junto com R$ 51,2 milhões do Ministério dos Transportes, mas nenhum centavo foi aplicado até agora. A Secretaria de Transportes – SETRAP alega que é exigida a contratação de uma empresa para a supervisão da obra, mas o convênio não previu recursos financeiros para esse fim, por isso, já segundo informação do DNIT, o Governo do Estado sequer publicou os contratos.
Supervisão não é problema. Coloca pessoal do próprio órgão”, rebateu o ministro, que mostrou descontentamento ao saber que as chuvas estão se intensificando e a rodovia não foi recuperada, apesar do dinheiro estar disponível. Pouco antes, o governador eleito havia revelado que sua “preocupação é que não foi feito [o trabalho de recuperação] e não queremos que o Oiapoque fique isolado”. O protesto contra a má situação da BR 156 durante o qual foi queimada a ponte próxima a Oiapoque, dia 13 passado, foi lembrado durante a audiência.
Três novos trechos da rodovia, entre Calçoene e Oiapoque foram contratados recentemente pelo montante de R$ 266 milhões. Os recursos são do DNIT repassados ao Governo do Amapá. As obras serão executadas pelas empreiteiras CR Almeida, Egesa e JMterraplenagem e Construções, que têm dois anos para concluírem as obras.
Confiança – O descrédito no qual caiu o Governo do Estado do Amapá nos últimos anos ficou mais claro quando o governador eleito Camilo Capiberibe pediu ao ministro Passos que a construção do trecho sul da BR 156 fosse retornasse à Secretaria de Transportes do Amapá, conforme fora o projeto original de execução. “O senhor me desculpe, governador. Mas vou pedir que o senhor combine isso com a presidenta [Dilma Rousseff], ano que vem. Quando colocamos uma obra no orçamento é prá ser feita. Não é prá que fique no papel. Tivemos muita dificuldade no Amapá. Fizemos várias reuniões, chamamos o governador, chamamos o secretário, chamamos o Pagot... mas não adiantou. O presidente Lula fica irrequieto, nos cobra. Queremos que a coisa caminhe e caminhe prá valer, mas essa levou tanto tempo. Não queremos ter dor de cabeça nem pro estado prá nós. Por isso o Governo Federal puxou a obra para o DNIT”. Desde 2004 o DNIT pedia a atualização dos dados referentes à distância das jazidas de pedras que serão usadas no piso da rodovia e dos cálculos de movimentação de terra que integram o projeto básico do trecho sul da BR 156, mas o governo não providenciou e sequer o projeto executivo foi elaborado. O governador eleito insistirá para que a obra seja retomada pelo governo do estado mas pediu ajuda ao Ministério dos Transportes já que, segundo ele, os cofres estaduais estão deficitários e não terão recursos para contratar o projeto executivo. O ministro ofereceu ajuda: “Manda uma proposta de convênio para o DNIT”.

NOSSA OPINIÃO
É conhecida a incompetência do Governo WG no que tange a administração de verbas federais, principalmente quando se trata de estradas no Amapá. A estrada do Jarí, por exemplo, até o momento não se viu nada de obras. O governador quando visitava o municipio viajava de avião, não conhece a realidade do povo que precisa da estrada diariamente. Os deputados que haviam sido eleitos pelo Jarí, também não tinham o menor respeito pelo povo da região. Havia deputado que passava o ano inteiro fazendo hally com jipeiros. A outra, passava o maior tempo em Macapá. Que bom que pelo menos o povo soube dar o seu parecer através do voto nessas eleições.

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