sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A liberdade ameaçada.

Mesmo pregando aos quatro cantos, que a liberdade de expressão é de fundamental importância para o amadurecimento e prevalência do estado democrático, parece que alguns servidores públicos ainda não estão preparados para sequer ser chamados de cidadãos de bem.

O fato ocorrido e presenciado por este jornalista, na manhã de ontem, em frente a superintendência da Policia Federal no Amapá, me deixou preocupado com o futuro da imprensa livre, longe do eixo Rio-São Paulo.

Uma equipe da TV Amapá-afiliada da Rede Globo e uma equipe da Rádio Amapá FM, estavam na calçada, em frente ao prédio da PF-AP, quando de forma arbitrária, descontrolada e grosseira, um agente(com sotaque paulista), “berrou”: “Pessoal da imprensa, podem sair daqui, se vocês quiserem, que fiquem lá na rua...”. quando indagado por uma jornalista da equipe sobre o fato de estar chovendo, o agente continua:”vão para onde vocês quiserem, na chuva, numa cobertura... mas aqui não”.

Após esta atitude a jornalista ainda insistiu com o agente federal, em permanecer na proteção do prédio devido a chuva que caia no momento. Mas não houve acerto entre as partes.

O que me remete a dar publicidade sobre este fato, é que esta não é a primeira vez que agentes da PF no Estado praticam este tipo de atitude. Senão vejamos: Durante a operação Pororoca, um jornalista foi ameaçado e  posteriormente processado, pelo fato de responder à um delegado, quando este proferiu-lhe palavras de baixo calão seguidas de ameaça de prisão.

No mês passado, durante a operação Mãos Limpas, outro agente exclamou em alto e bom som, que “no Amapá só tem político ladrão”. Referindo-se aos políticos que estavam detidos por supostos envolvimentos em desvio de verbas públicas.

O ocorrido de ontem, dia 16, agride de forma injusta, profissionais da mais alta competência, que sempre primaram pela imparcialidade e seriedade diante da divulgação dos fatos que são de interesses de uma sociedade que a cada dia precisa de órgãos de imprensa comprometidos com a verdade.

A Rede Amazônica, com atuação em cinco Estados brasileiros, é uma empresa séria e que prima pela sua independência editorial. Seus profissionais são todos formados, com larga experiência e sem qualquer envolvimento com grupos e interesses pessoais.

Por outro lado, não se pode vetar a liberdade de imprensa. Algo tão propalado por todo o mundo, inclusive pela própria Instituição Policia Federal.

Que fatos dessa natureza não se tornem corriqueiros, ou ainda, que não inicie uma crise institucional, a partir do Amapá, entre entidades tão importantes para o processo democrático no Brasil.

Viva a liberdade!

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